As visitas,que provavelmente não são de meninos

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Eu não tive culpa - Parte 4



Ir pra escola.Ser discriminada.Voltar para casa.Não poder andar.Passar o dia em uma cadeira de rodas assistindo.Isso é vida?
Eu me odiava.Odiava tudo.Odiava todos.Já tinha se passado cinco meses desde que amputei minha perna.Eu agora tinha 15 anos.Estava no segundo ano do ensino médio.Não tinha namorado.Não tinha amigos.Nem um paquera.Minha mãe tinha falecido.E agora eu morava só,com meu padrasto bêbado.Que nunca estava em casa,e que me odiava.Sempre que eu o-ouvia chegar,me trancava no quarto.Já tinha levado três surras dele.Mas por não poder andar,nunca o-denunciei.Eu não tinha mais celular,ele pegou e vendeu.Não tinha telefone em minha casa.E Tv, só no quarto do monstro.Meu computador não tinha mais internet.Minha vida era uma desgraça.
Eu não fazia nada em casa,a não ser comer,dormir e estudar.Como não tinha mas mãe,não tinha quem me ajudasse a ir e voltar da escola.Eu me virava sozinha coma cadeira de rodas.Na volta da escola,eu comprava comida.Geralmente só miojo,que era só um real.Meu padrasto não me dava dinheiro,na verdade,me dava vinte reais por mês,ele era muito ruim.Comia fora,e eu quem morresse de fome.
Um,dia,eu estava muito brava,e quebrei tudo,na sala e na cozinha.Os quartos ficaram intactos.E me tranquei no banheiro.Quando meu padrasto chegou,comecei a quebrar tudo no banheiro,era mais,pra chamara a tenção dele.Ele ficou bravo,tentou arrombar a porta do banheiro,mas eu ameacei a gritar,pra chamar a atenção dos vizinhos.Ele então foi dormir - eu acho - só sai do banheiro,no outro dia de manhã,quando ouvi ele saindo.
No dia seguinte,denunciei ele.Disse tudo.Quando ele me bateu,que ele não cuidava de mim.E mais um monte de coisas.
Duas semanas depois ele foi preso temporariamente,após conseguirem provas com os vizinhos.Infelizmente fui mandada para um orfanato.Mas,sei lá...Talvez lá,fosse o melhor lugar para mim.

...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Ciúmes do que não é meu



É quando resolve ver sua página online.É quando vejo uma foto sua ao lado dela.Ao lado delas.Ao lado de qualquer uma que não seja eu.É quando eu vejo você dando apelidos carinhosos para suas amigas,vendo você abraçar elas.É vendo você somente pelo Pc...
É quando lembro que está longe.Que você nem lembra de mim.É quando lembro que você já tem alguém.É quando lembro que só eu lembro.É quando sei que você está feliz.É quando não tenho certeza do que sei.é quando sei dos meus sentimentos.é quando sei que é só amizade...
É nessas horas...que lágrimas me escorrem.E o ciúme de tudo e de todos cresce em mim.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Eu não tive culpa - Parte 3


Logo depois de completar 14 anos,eu sai da escola enque sempre estudei.E então,não vi mais o Paulo,e nem mais ninguém de lá.Geralmente,quando uma garota estudou a vida inteira em uma escola,ela faz amigas,e amigos,e se sai de lá,volta para visita-los.Eu não tinha amigos,amigas,namorado,nada!Então,pra que eu voltaria lá?Eu não sabia se ficava feliz,ou chateada por minha mãe ter me tirado de lá.Mas ela disse,que o convívio com as mesmas pessoas estava me deixando louca!
Achei,que se eu ficasse longe de tudo e de todos,seriam mais felizes.Decidi que iria fugir de casa,e mora em um ferro velho que tinha perto do centro.
Em uma sexta-feira,depois da aula no novo colégio(onde ainda não tinha nenhum colega,mas eu já estava acostumada),peguei minha mochila,que tinha preparado de madrugada,e fugi.Passei duas semanas no ferro velho,tinham cartazes com minha foto por toda a cidade,a policia me procurava.Me acharam desmaiada,no ferro velho.Eu estava com tétano na perna direita,e tive que amputa-la antes que se espalhasse.
A polícia,claro,quis aber,o porque de eu ter fugido,eu não disse uma palavra,desde que me encontraram.Tinha decidido também que ficaria muda o resto da minha vida.
A diretora da minha escola anterior,tinha procurado a policia,e dito que eu era louca,que me cortava,e que a fuga com certeza não era um dos meus maiores problemas.O idiota do meu padrasto,falou que eu tinha matado um passarinho,e que eu realmente era louca.
Quando finalmente voltei pra casa,depois de uma semana no hospital,vi que o cartaz que havia no meu quarto,tinha sido brutalmente arrancado.
Eu chorei por semanas,pela minha perna,pela minha vida.Voltei para a escola,todos me olhavam torto.Não que isso nunca houvesse acontecido.Mas antes me olhavam com deboxe,agora era com pena,com dó.Isso era bem pior.
...



sábado, 11 de fevereiro de 2012

Eu não tive culpa - Parte 2



Duas semanas depois de matar um passarinho.Me senti culpada.Demais.O cartaz ainda estava pendurado.Comprei um estilete em uma papelaria.Deixei em casa e fui pra escola.Eu tinha cortado meu cabelo como o de um garoto,principalmente por causa do chiclete,que o-estragou todo.
Começaram a me apelidar.de maria machão.E cabeça de grude,por causo do chiclete que grudou.
Fiz o que eu achei que fosse certo:Me punir!Eu tinha que sofrer por ter nascido.Eu tinha que sofrer por fazer os outros me odiarem.
Cortei minhas coxas,e minha barriga.Seis cortes no total.Meu lençol roxo estava vermelho.Aproveitei o sangue para melar o cartaz.Eu precisava de um corte mais profundo.Para me punir do assassinato do pássaro.
Quando cheguei na escola no dia seguinte,lembrei que tinha educação física.O short que usávamos era curto o suficiente,para ver meus cortes na coxa.Assim que sai do vestiário,sempre me olham,mas desta vez,olharam minhas coxas.
Depois da Ed. Física,me chamaram na diretoria.A diretora contou pra minha mãe sobre os cortes em minha perna.Ela não sabia o que era,claro.
Minha mãe me chamou pra conversar,dizer que eu era linda,fofa,que era inteligente,e não precisava fazer isso.Eu não dei ouvidos.

Minha vida complicou mais,depois disso...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Eu não tive culpa - P arte 1



Desde os meus oito anos fui problemática.Meio que já matei um passarinho,me cortei pra me sentir melhor,e já fugi de casa.Tudo porque nunca me dei bem om garotos.Nem mesmo tive amigas.Sempre fui bem magra,cabelos super lisos e olhos cor de mel.Você deve estar pensando:E não se dava bem com garotos?
Mas é exatamente isso.Me chamavam de Olivia Palito,Vara-pau,espeto,cabelo de macarrão escorrido,e de anormal.Por meus olhos serem quase amarelos.Quando comecei a me cortar,os apelidos aumentaram.Já quase fui internada em um hospício.

Uma vez,uma passarinho machucado caiu no meu quintal,e eu comecei a cuidar dele.Dei o nome de Paulo.Era o nome do garoto que eu estava afim.Eu tinha apenas 13 anos na época.E o garoto tinha 15.
Fui pra escola e deixei o passarinho em uma gaiola,porque tenho um gato.Dei comida e água antes de sair.
Assim que fui entrando na escola,o Paulo estava lá,sentado coma loira mais linda da escola.Ela falou algo pra ele,no ouvido e eles olharam pra mim e começaram a rir.
Passei por eles,e senti algo batendo contra a minha cabeça,nada forte,algo pequeno.Coloquei a mão,e era um chiclete.Olhei para trás ,eles estavam rindo.O Paulo levantou a mão,e estava lá,uma caixinha de Tridente.Eu não podia acreditar que ele tinha feito isso comigo.Passei os dois primeiros horários trancada no banheiro chorando.

Assim que cheguei em casa,me tranquei no quarto,e comecei a a esmurrar tudo o que eu encontrava pela frente.Minha mãe batia na porta varias vezes,mas eu só gritava pra ela me deixar em paz.Ela sempre me deixava.Joguei meus perfumes todos no chão.Deixando um cheiro forte no quarto.Foi quando vi o passarinho na gaiola desesperado.Acha que levou um susto com toda a minha agitação.Eu estava com a cabeça muito quente,e não pensei.Peguei o passarinho,e comecei a apertar ele com força,muita força.Eu queria estourar ele,mas não consegui.Abria  porta do meu quarto,e corri para a cozinha.Minha mãe me seguiu,mas sem me alcançar,ela nem viu o passarinho.Peguei um facão que meu pai usava nos churrascos,e cortei for a cabeça do passarinho.Cortei a cabeça do Paulo.A minha mãe viu o corpo dele na minha mãe,e a cabeça na pia,a faca,o sangue.Ela cobriu a boca e começou a  chorar.Chorou muito,e ficou parada na passagem .Eu passei e empurrei ela,deixei cair o corpo pequeno do pássaro.
-O que é que deu em você?
Ela gritou.Me virei:
-Ele já ia morrer mesmo.Estava doente caramba!
Eu já estava chorando e e gritando.Corri de volta pro meu quarto e tranqueia a porta.

A única coisa que pensei foi que não me senti melhor depois disso.Matei o pássaro ,como se matasse o Paulo.Mas eu o-matei.E não gostei.Foi horrível depois.Fiz até um enterro apropriado para ele.
Me senti um lixo!
Peguei uma cartolina,piloto vermelho e fita adesiva.
Todos os dias que eu acordava depois daquele,eu viu de frente para  minha cama um cartaz que dizia: 
ASSASSINA.